Português - Fonologia (1)
Fonema
A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono ("som, voz") e log, logia ("estudo", "conhecimento"). Significa literalmente "estudo dos sons" ou "estudo dos sons da voz".
O homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar esses sons no ato da fala. Essas particularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela fonética.
A gramática diferencia fonologia de fonética. A fonologia estuda os padrões de som de uma linguagem, enquanto a fonética estuda a acústica e fisiologia da produção, percepção e sons da fala, analisa os sons em sua realização concreta. Porém, não fazemos tal distinção e empregamos o termo fonologia em seu sentido amplo.
A gramática diferencia fonologia de fonética. A fonologia estuda os padrões de som de uma linguagem, enquanto a fonética estuda a acústica e fisiologia da produção, percepção e sons da fala, analisa os sons em sua realização concreta. Porém, não fazemos tal distinção e empregamos o termo fonologia em seu sentido amplo.
Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de palavras:
amor - ator
morro - corro
vento - cento
morro - corro
vento - cento
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que você, como falante de português, guarda de cada um deles. É essa imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparecem representados entre barras. Assim: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
Fonema e letra
1) O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra s representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra s representa o fonema /z/ (lê-se zê).
2) Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x. Exemplos:
zebra
casamento
exílio
casamento
exílio
3) Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por exemplo, pode representar:
- o fonema sê: texto
- o fonema zê: exibir
- o fonema chê: enxame
- o grupo de sons ks: táxi
- o fonema zê: exibir
- o fonema chê: enxame
- o grupo de sons ks: táxi
4) O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.
Exemplos:
tóxico | fonemas: | /t/ó/k/s/i/c/o/ | letras: | t ó x i c o |
1 2 3 4 5 6 7 | 1 2 3 4 5 6 | |||
galho | fonemas: | /g/a/lh/o/ | letras: | g a l h o |
1 2 3 4 | 1 2 3 4 5 |
5) As letras m e n, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos:
compra
conta
conta
Nessas palavras, m e n indicam a nasalização das vogais que as antecedem.
Veja ainda:
nave: o /n/ é um fonema;
dança: o n não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras a e n.
dança: o n não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras a e n.
6) A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema, é etimológica e meramente histórica. Exemplos:
hoje | fonemas: | ho / j / e / | letras: | h o j e |
1 2 3 | 1 2 3 4 |
Classificação dos fonemas
Veja a seguir como são classificados os fonemas da língua portuguesa.
Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas.
Assim, isso significa que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal.
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:
a) Orais: quando o ar sai apenas pela boca. Por exemplo:
/a/, /e/, /i/, /o/, /u/.
b) Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Por exemplo:
/ã/: fã, canto, tampa
/
/: dente, tempero
/
/: lindo, mim
/õ/ bonde, tombo
/
/ nunca, algum
/

/

/õ/ bonde, tombo
/

Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Abertas
Exemplos: pé, lata, pó
Fechadas
Exemplos: mês, luta, amor
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras.
Exemplos: dedo, ave, gente
Quanto à zona de articulação:
Anteriores ou palatais - A língua eleva-se em direção ao palato duro (céu da boca).
Exemplos: é, ê, i
Posteriores ou velares - A língua eleva-se em direção ao palato mole (véu palatino).
Exemplos: ó, ô, u
Médias - A língua fica baixa, quase em repouso.
Por exemplo: a
Semivogais
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que estas últimas não desempenham o papel de núcleo silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca é o a. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico i não é tão forte quanto ele. É a semivogal.
Outros exemplos: saudade, história, série.
Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na escrita por "e", "o" ou "m".
Veja:
pães / pãis
mão / mãu/
cem /c
i/
mão / mãu/
cem /c

Consoantes
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros "ruídos", incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam ("soam com") as vogais. Exemplos:
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
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