Regras para os cantos litúrgicos / Músicas que não deveriam ser cantadas na Missa



Equipe de Liturgia - Paróquia Divino Espírito Santo – jatiúca – Maceió/AL




INTRODUÇÃO:  NOÇÕES GERAIS.



Os cantos litúrgicos da missa devem respeitar cada um de seus ritos: ritos iniciais, da palavra, rito eucarístico, rito de comunhão e ritos finais.

 Devem ser cantos originais, jamais plágios, paródias ou cópias de cantos não católicos. De preferência, eles devem ter aprovação da igreja. Por exemplo, um erro grave ainda muito cometido em algumas paróquias é o seguinte canto do Pai Nosso: “Ó Pai Nosso, Tu que estás nos que amam a verdade, faz o reino que é teu Senhor...”. Este canto é uma paródia da música tema do filme “A primeira noite de um homem”. Outra paródia pode ser constatada no canto: “É santo, cheio de glória, ó hosana nas alturas. Bendito, aquele que vem entre nós trazendo a mensagem...”. Este canto é uma paródia da música “Hey Jude”, dos Beathles.

Na liturgia, classificamos os cantos em dois grandes grupos: os que ACOMPANHAM O RITO e os cantos que são o PRÓPRIO RITO. Os que acompanham o desenrolar de um rito são, por exemplo, a procissão de entrada, comunhão, ofertório.. Já os que são os próprios ritos são, por exemplo, o ato penitencial, santo, glória... Os cantos que acompanham um rito devem obrigatoriamente se encerrar ao término do rito (por exemplo, quando a última pessoa terminar de comungar, o canto deve ser finalizado). Já os cantos que são propriamente os ritos devem ser cantados por inteiro.







PROCISSÃO DE ENTRADA:



Significado Litúrgico - Deus caminha ao nosso encontro: esse é o sentido da procissão de entrada. Em passagens bíblicas diversas vemos o povo de Deus caminhar, seja em busca da terra prometida, seja em busca da libertação, seja a caminho de Jerusalém, seja ao encontro de Jesus. É por isso que, de pé, aclamamos a Cristo, na presença do sacerdote, que vem ao nosso encontro, com toda sua majestade, seu poder e sua autoridade, para celebrarmos juntos os mistérios do sacrifício da missa.

Quem preside o ato litúrgico é o próprio Cristo, que se une a nós e se oferece a si mesmo e ao Pai em nosso favor.

O sacerdote, após vestir-se para celebrar a missa, já não é mais ele mesmo que está ali, mas o próprio Cristo! Independente dos méritos do sacerdote, apesar de seus pecados: é o próprio Cristo quem celebra a missa! Cristo faz do padre um instrumento a seu serviço, pois isto independe da nossa condição de pecadores, independe de nossas limitações, independe de nosso estado físico, mental, espiritual: é o poder de Deus que vem até nós e nos faz conduzir ao Pai. E o que o padre consagrar é verdadeiramente o Corpo de Cristo, mesmo que os fieis não tenham fé, mesmo que o padre não tenha fé, mesmo que todos duvidem, pois a realização desse milagre não está condicionada à nossa fé, à nossa natureza humana: vem de Deus, é sacramento ordenado por Cristo: “Fazei isto em memória de mim...” Jesus cumpre suas promessas sem estar condicionada à fé do homem.



Este canto acompanha o rito da procissão de entrada e, por isso, deve ser encerrado ao término desta procissão.

Para que um canto seja corretamente considerado canto de entrada, este deve expressar a alegria de estarmos reunidos para celebrar os mistérios de nossa salvação. Deve trazer os temas do tempo do ano litúrgico em que estiver a igreja, por exemplo: no tempo pascal deve falar sobre a ressurreição; no tempo do natal deve falar sobre a encarnação e o nascimento de Cristo; no tempo do advento deve falar sobre a expectativa da espera da vinda do Salvador; no tempo da quaresma deve falar sobre penitência e mudança de vida ou sobre a campanha da fraternidade; no tempo comum pode falar de vários temas.







ATO PENITENCIAL ou Kyrie:



Significado Litúrgico - O ato penitencial, também conhecido na liturgia antiga como Kyrie Eleison, pode ser comparado a um capacho posto à entrada de um recinto. Assim como limpamos a sujeira da sola do calçado, semelhantemente, no ato penitencial, recebemos o perdão de todos os pecados veniais: a impureza adquirida no dia-a-dia, que nos torna indignos de participar do banquete da eucaristia. Os pecados mortais exigem o sacramento da confissão.

Este canto é o próprio rito de ato penitencial e deve ser cantado integralmente, devendo obrigatoriamente conter as frases: SENHOR PIEDADE (ou Kyrie Eleison) e CRISTO PIEDADE  (ou Christe Eleison). Caso contrário, o canto estará liturgicamente errado. Não é o momento para meros cantos de perdão ou cantos de arrependimento, como ''Eu confesso a Deus e a vós irmãos'', ''Quero confessar a Ti, ilumina minh'alma'', ''Eu canto a alegria, Senhor, de ser perdoado no amor'', ''Perdão, Senhor, tantos erros cometi'', ''Senhor, venho pedir perdão, pois pequei contra vós'', ''Conheço um coração tão manso, humilde e sereno'', ''Renova-me, Senhor Jesus, já não quero ser igual'', ''Pelos pecados, erros passados, por divisões na tua Igreja, ó Senhor'', por mais belos que sejam, devem ser cantados em reuniões, encontros ou grupos de oração.





HINO DE LOUVOR:



Significado Litúrgico - O hino de louvor, ou glória, expressa o louvor de toda a criatura ao Criador, do homem remido ao Salvador e do homem imperfeito ao Consolador, relembrando os pontos principais de todo o mistério de nossa salvação em Jesus Cristo. Este canto deve fazer o verdadeiro louvor, assim como disse São Paulo, o louvor que glorifica Deus pelo que ELE É e não pelo que Ele faz.



Este canto é o próprio rito de hino de louvor e deve ser cantado integralmente.

Por isso, para este canto ser considerado corretamente como hino de louvor, este deve obrigatoriamente conter toda a oração do hino de louvor: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados. Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai Todo-Poderoso nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos, nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos damos graças por Vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai, Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós, Vós que tirais os pecados do mundo, acolhei a nossa súplica, Vós, que estais à direita de Deus Pai, tende piedade de nós, só Vós sois o Santo, só Vós o Senhor, só Vós o Altíssimo Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém”.

Não é o momento para meros cantos de glória ou cantos de louvor, como ''Glória, glória, aleluia, louvemos ao Senhor'', ''Glória, ao Pai criador, ao Filho redentor e ao Espírito'', ''Eu canto Glória a Deus, por Seu imenso amor'', por mais belos que sejam, devem ser cantados em retiros, reuniões, shows, encontros ou grupos de oração, não na Missa.



É falsa, portanto, a ideia de que apenas basta ter as invocações de “Glória ao Pai, Glória ao Filho e Glória ao Espírito Santo”, para que um canto seja verdadeiro hino de louvor. Com isso, podemos constatar que é um ERRO LITÚRGICO bastante comum em inúmeras paróquias e em inúmeros grupos de canto, a substituição da recitação do hino de louvor por cantos que não o contenham integralmente.



Obs: Durante o tempo da Quaresma e do Advento, além de celebrações da Esperança (missas de 7º dia, trigésimo dia, corpo presente, um ano de falecimento ou Dia de Finados), não se canta o hino de louvor, pois são tempos litúrgicos de penitência e de contrição, não de festa.









PROCISSÃO DA BÍBLIA:



Significado Litúrgico - Na missa celebramos a Palavra e a Eucaristia. A Palavra é a Bíblia: revelação do amor de Deus, fonte de salvação, o Verbo de Deus que, na liturgia eucarística, tornar-se-á carne que habitará entre nós (ler o capítulo 1º e 6º do evangelho de João). Portanto, a Palavra é o próprio Deus que se revela ao homem, e é por isso que a aclamamos de todo coração e de toda alma.



Podemos dizer que este canto não faz parte “oficialmente” da liturgia, sendo portanto facultativo, não devendo ser regra constante, apenas em ocasiões excepcionais, geralmente nos domingos de Setembro ou quando se pretende destacar a palavra de Deus, conquanto não previsto no Missal. Geralmente é usado em missas solenes, ficando a critério do grupo de liturgia e do pároco.

Deve aclamar a chegada da palavra de Deus, a qual deve ser trazida em procissão, devendo ser usada a própria Bíblia, ou o Lecionário ou o Evangeliário.

Este canto acompanha o rito da procissão da Bíblia e, por isso, deve ser encerrado ao término desta procissão.









SALMOS DE RESPOSTAS (ou responsoriais):



Significado Litúrgico - Os salmos, em número de 150, são partes integrantes da liturgia da Palavra. Sempre estão em concordância com a primeira leitura, sendo uma resposta aos apelos desta, ou seja, o salmo é responsorial porque o povo, após ouvir a palavra de Deus na 1ª leitura, responde em concordância com o que acabou de ouvir.

A palavra salmo significa oração cantada e acompanhada de instrumentos musicais, originária das poesias colhidas da fé do povo israelita. É por isso que todo salmo deve ser cantado e toda a assembléia deve responder cantando com um refrão. O salmo não é responsorial porque o povo responde, mas porque sua própria letra responde à primeira leitura que foi ouvida.



O salmo de resposta é parte integrante e insubstituível da liturgia da palavra, aliás tem estreitas ligações teológicas com a 1ª leitura e existe, o salmo, como exclusiva resposta a ela, como já foi exposto acima. É por isso que nenhum grupo de canto tem a autoridade de modificar o salmo do dia.

O salmo de resposta deve ser SEMPRE cantado, pois o mesmo é um canto originário do povo israelita. Quando o coro não souber a melodia do salmo, o grupo deve adaptar a letra a outra melodia já conhecida.

Como o nome também sugere, o salmo deve ter uma resposta do povo, onde o refrão deve ser cantado pelo povo.





ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO:



Significado Litúrgico - O Evangelho é o próprio Cristo que nos vem falar a boa notícia. É por isso que, de pé, na posição de quem ouve o recado para ir logo anunciá-lo, todos nós aclamamos a Cristo que vem anunciar suas palavras de salvação, cheios de imensa ALEGRIA.



Este canto é o próprio rito de aclamação ao evangelho e deve ser cantado integralmente. Não é o momento para meros cantos de aclamação ao Evangelho, como ''Aleluia, a minh'alma abrirei'', ''Como são belos os pés do mensageiro'', ''Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça'', ''Que alegria, Cristo ressurgiu'', ''Envia Tua Palavra, Palavra de salvação'', ''Fala, Senhor, Palavra de fraternidade'', ''Eu vim para escutar, Tua Palavra, Tua Palavra de amor'', ''Aleluia, alegria minha gente'', ''Bem feliz é o manso e o pobre'', ''No Evangelho da vida que nos traz a salvação''.

Para que um determinado canto possa ser considerado como canto de aclamação ao evangelho, este deve obrigatoriamente conter a palavra ALELUIA, que significa alegria, exceto no tempo da Quaresma onde este aleluia é vetado, em virtude do forte tempo de penitência e contrição.







PROFISSÃO DE FÉ (ou credo, ou creio):



Significado Litúrgico - A oração do Credo expressa os principais dogmas (princípios de fé) da igreja Católica Apostólica Romana. Nele está contida toda a essência de nossa fé.

Existem basicamente 2 modelos: o mais comum e curto, recitado na maioria dos domingos, chama-se Símbolo dos Apóstolos; o mais completo e longo, reservado para ocasiões especiais, quando se fala de Jesus como Messias, o filho de Deus, chama-se de Símbolo Niceno-Constantinopolitano, por causa dos concílios ecumênicos de Nicéia-Constantinopla, que explicita mais minunciosamente os princípios da fé católica.

A partir do século II, a fé católica foi posta à prova através de 3 principais heresias relacionadas à Trindade Santa, chamadas de Arianismo, Monarquianismo e Macedonianismo. Essas controvérsias foram totalmente esclarecidas pelos concílios de Nicéia I (325 d.C.) e Constantinopla I (381 d.C.), cujas conclusões foram as seguintes:

- Igualdade de natureza do Filho com o Pai. Jesus é "Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai".

- Fixação da data da Páscoa a ser celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera (hemisfério norte).

- Estabelecimento da ordem de dignidade dos Patriarcados: Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém.

- A confissão da divindade do Espírito Santo, e a condenação do Macedonismo de Macedônio, patriarca de Constantinopla. "Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, que é adorado e glorificado com o Pai e o Filho e que falou pelos profetas". "Com o Pai e o Filho ele recebe a mesma adoração e a mesma glória"(DS 150).

 - Condenação de todos os defensores do arianismo (de Ário) sob quaisquer das suas modalidades.

- A sede de Constantinopla ou Bizâncio ("segunda Roma"), recebeu uma preeminência sobre as sedes de Jerusalém, Alexandria e Antioquia.



A Profissão de Fé pode ser cantada, geralmente em missas solenes, mas toda a assembléia deve conhecer bem o canto, para que ninguém fique sem cantá-lo por falta de conhecimento da melodia ou letra.



Este canto é o próprio rito da profissão de fé e deve ser cantado integralmente, sendo que a letra do canto deve obrigatoriamente possuir todo o conteúdo da oração recitada.



Símbolo dos Apóstolos
Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, Seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito Santo; na santa Igreja católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.



Símbolo Niceno-Constantinopolitano

Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém.



É falsa, portanto, a ideia de que apenas basta ter as invocações de “Creio no Pai, Creio no Filho e Creio no Espírito Santo”, para que um canto seja verdadeira Profissão de fé. Com isso, podemos constatar que é um ERRO LITÚRGICO bastante comum em inúmeras paróquias e em inúmeros grupos de canto, a substituição da recitação da Profissão de fé por cantos que não a contenham integralmente.





ORAÇÃO DOS FIÉIS (ou oração universal):



Significado Litúrgico - “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta...” (Mt 7,7-9).

Na oração universal, como o próprio nome já sugere, rezamos por 5 principais intenções de toda a igreja universal (o nome católico significa universal): (1) pelas necessidades da igreja; (2) pelos poderes públicos; (3) pela salvação do mundo inteiro; (4) pelos que sofrem qualquer dificuldade; (5) pela comunidade local e pelas intenções particulares.

 Neste oração, o povo, exercendo sua função sacerdotal, suplica a Deus em nome de  todos os homens.







APRESENTAÇÃO DAS OFERTAS:



Significado Litúrgico - No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo: o pão e o vinho! O verdadeiro ofertório só acontece depois da consagração. Esse momento é de apresentação das oferendas e não de ofertório.

Assim como o 1º sacerdote do antigo testamento, Melquisedec, ofereceu ao Senhor o pão e o vinho (Gn 14,18); assim também como Cristo, na última ceia, ofereceu, ao Pai, o pão e vinho e os transformou em Corpo e Sangue seus; assim também nós oferecemos ao Senhor em sacrifício o pão e o vinho para a glória do nome do Senhor e para o nosso bem. Esse pão e esse vinho também para nós tornar-se-á Corpo e Sangue de Cristo, via de salvação, dons de vida eterna.

Devemos ter o cuidado para não confundir o rito do ofertório com as ofertas materiais: dinheiro, objetos, alimentos, os quais podem ser apresentados ou recolhidos, mas não podem tirar o brilho da apresentação do pão e do vinho que serão consagrados em corpo e sangue de Jesus Cristo.



Este canto acompanha o rito da apresentação das ofertas e, por isso, deve ser encerrado quando sacerdote termina de oferecer os dons a Deus e lava as mãos. Nas missas solenes, quando há o uso de incenso, este canto deve se estender até o momento após a incensação da assembléia, corpo místico de Cristo.

Para que um canto seja considerado como de apresentação das ofertas, o texto do canto não precisa falar necessariamente de pão e de vinho, pode falar do tema da liturgia ou do oferecimento da própria vida a Cristo.





ACLAMAÇÃO AO SANTO:



Significado Litúrgico - É a aclamação pela qual toda a assembléia, unindo-se aos anjos e aos santos, louvam a Deus trindade, 3 vezes santo, pois Deus é o Santo dos santos. É o louvor universal.



Este canto é o próprio rito de aclamação do Santo e deve ser cantado integralmente.

Por isso, para que um canto seja considerado canto de santo, ele deve obrigatoriamente conter todas as palavras da oração recitada, ou seja: SANTO, SANTO, SANTO (ou seja 3 vezes santo) + BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR + HOSANA NAS ALTURAS. Não é o momento para meros cantos de Santo, como ''Hosana, Hosana ao nosso Rei'', ''Eu celebrarei cantando ao Senhor'', ''Santo é, Deus do Universo, ó, Senhor Javé'' ou ''Santo, Santo, Santo, dizem todos os anjos''







PÓS-CONSAGRAÇÃO:



Significado Litúrgico - Deve ser a própria aclamação ou adaptação dela. Quem define se esta aclamação é ou não cantada é o próprio sacerdote, o qual  iniciará  cantando e o povo responde também cantando. Quando o sacerdote cantar“eis o mistério da fé”, o povo deverá responder cantando de acordo com as aclamações nº 1 ou nº 2; caso o sacerdote inicie cantando “tudo isto é mistério da fé” o povo deverá responder cantando com a aclamação nº 3.



Eis o mistério da fé:

Aclamação Nº 1 é Anunciamos, ó Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus.

Aclamação Nº 2 é Salvador do mundo, salvai-nos. Vós que nos libertastes pela cruz e ressurreição.



Tudo isto é mistério da fé:

Aclamação Nº 3 é Toda vez que se come deste pão, toda vez que se bebe deste vinho, se recorda a paixão de Jesus Cristo e se fica esperando a sua volta.



Obs: Na Oração Eucarística existe um momento chamado de Epiclese, que é o instante onde o sacerdote implora a descida do Espírito Santo para consagrar o pão e o vinho, geralmente com a frase: “Santificai, pois, estas oferendas, derramando sobre elas o Vosso Espírito” ou “Santificai pelo Espírito Santo as oferendas que vos apresentamos”. Este é o instante em que todos se ajoelham em sinal de adoração.

Quando o sacerdote recita ou canta “eis o mistério da fé” ou “tudo isto é mistério da fé”, todos, antes ajoelhados desde a Epiclese, agora imediatamente devem ficar de pé, todos se levantam e continuam a Oração Eucarística.





DOXOLOGIA FINAL (ou grande Amém):



Significado Litúrgico - É o amém mais importante da missa, pois finaliza com a confirmação de que “ assim seja” toda a glorificação do mistério salvífico, onde tudo foi feito por Cristo, em Cristo e para Cristo, para glorificação do Pai no Espírito Santo e para o bem de toda a igreja.



Por isso, este canto deve conter, no mínimo, três vezes a palavra Amém, preferencialmente cantado. Quem decide se a doxologia final será ou não cantada é o próprio sacerdote que iniciará cantando: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo a vós Deus Pai, todo-poderoso toda honra e toda glória agora e para sempre”, e o povo deverá responder também cantando: “Amém, amém, amém.”





PAI-NOSSO:



Significado Litúrgico - Deve ser reservado às missas solenes, pois nem todas as pessoas, muitas vezes, conhecem o canto escolhido para o pai-nosso, fato contrário quando este é recitado, onde todos o rezam. Para se evitar isso, esse canto deve ser exaustivamente ensaiado antes da missa com o povo.



É um canto que é o próprio rito, devendo ser cantado integralmente. Para que um canto seja considerado corretamente como canto de pai-nosso, ele deve obrigatoriamente conter toda a oração do pai-nosso. Caso contrário, estará inadequado para a Missa, e adequado para reuniões, encontros, retiros, palestras, shows ou grupos de oração, como ''Pai, meu Pai, meu Pai do céu...''

Devemos abolir radicalmente o canto de músicas parodiadas, como por exemplo: “Ó pai-nosso, tu que estais nos que amam a verdade..” que é a mesma melodia da música tema do filme ‘A primeira noite de um homem”.



SAUDAÇÃO DA PAZ:



Significado Litúrgico - Os fiéis imploram a paz e a unidade para a igreja e toda a família humana e exprimem mutuamente a caridade, antes de participar do mesmo pão, através de saudação com: “A paz de Cristo!”.



É considerado por alguns como inapropriado para antes da comunhão, pois dispersa o povo e desvia o clima de oração para o rito seguinte, sendo por eles colocados em outros momentos na liturgia da missa (após a bênção final, ou após o ato penitencial, ou após a apresentação das ofertas...). Mas a saudação da paz após a oração do pai-nosso está liturgicamente prescrita e fica a critério de cada costume local, como também de cada rito católico aprovado pela Sé Romana (melquita, maronita...).

Não há regra específica para este canto, apenas que ele fale na paz de Deus que se deseja ao outro.





FRAÇÃO DO PÃO ou ACLAMAÇÃO AO CORDEIRO DE DEUS ou Agnus Dei (em latim):



Significado Litúrgico - Após a saudação da paz, o sacerdote fraciona o pão (corpo) e o mistura-o no sangue. Neste instante ocorre a união do Corpo ao Sangue de Cristo, e todos participarão integralmente da comunhão deste corpo e deste sangue, mesmo recebendo apenas uma das espécies. Com esse gesto relembramos Cristo, na Ceia derradeira, bem como as celebrações das primeiras comunidades cristãs, que reunidas partiam o pão entre si, celebrando os mistérios da salvação. É importante ainda lembrarmos da passagem em Emaús, onde os discípulos reconheceram o Cristo ressuscitado somente no momento da fração do pão.

Esse momento também é conhecido como a aclamação ao Cordeiro de Deus ou ao Agnus Dei, segundo a liturgia antiga.

Após o ato da fração do pão, todo o povo repete as invocação de João Batista, que mostrou ao mundo o Cordeiro de Deus, aquele que superara todos os sacrifícios, aquele que fora imolado, remindo toda a humanidade consigo: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira todo o pecado do mundo!” (Jo 1,29-36).



O termo “cordeiro de Deus” faz alusão ao antigo ritual dos judeus que matavam, em sacrifício de louvor a Deus e em reparação de seus pecados, um cordeiro primogênito (o primeiro da cria) para a expiação dos pecados. Isso era feito periodicamente em comemoração à páscoa (passagem) dos judeus libertos da escravidão do Egito. Este rito judeu era a imolação do cordeiro, onde este era morto, seu sangue aspergido e sua carne comida.



Veja toda a descrição deste sacrifício no livro do Êxodo, capítulo 12, versículo de 1 a 14.:



“Javé disse a Moisés e Aarão na terra do Egito: "Este mês será para vocês o principal, o primeiro mês do ano.  Falem assim a toda a assembléia de Israel: No dia dez deste mês, cada família tome um animal, um animal para cada casa. Se a família for pequena para um animal, então ela se juntará com o vizinho mais próximo de sua casa. O animal será escolhido conforme o número de pessoas e conforme cada uma puder comer. O animal deve ser macho, sem defeito, e de um ano. Vocês o escolherão entre os cordeiros ou entre os cabritos, e o guardarão até o dia catorze deste mês, quando toda a assembléia de Israel o imolará ao entardecer. Pegarão o sangue e o passarão sobre os dois batentes e sobre a travessa da porta, nas casas onde comerem o animal. Nessa noite, comerão a carne assada no fogo e acompanhada de pão sem fermento com ervas amargas. Vocês não comerão a carne crua nem cozida na água, mas assada no fogo: inteiro, com cabeça, pernas e vísceras. Não deixarão restos para o dia seguinte; se sobrar alguma coisa, devem queimá-la no fogo. Vocês devem comê-lo assim: com cintos na cintura, sandálias nos pés e cajado na mão; vocês o comerão às pressas, porque é a páscoa de Javé. Nessa noite, eu passarei pela terra do Egito, matarei todos os primogênitos egípcios, desde os homens até os animais. E farei justiça contra todos os deuses do Egito. Eu sou Javé. O sangue nas casas será um sinal de que vocês estão dentro delas: ao ver o sangue, eu passarei adiante. E o flagelo destruidor não atingirá vocês, quando eu ferir o Egito. Esse dia será para vocês um memorial, pois nele celebrarão uma festa de Javé. Vocês o celebrarão como um rito permanente, de geração em geração.”

Com Cristo, este sacrifício assumiu um significado novo: Cristo, o primogênito de Deus, veio morrer em sacrifício para pagar, de uma vez por todas, o nosso pecado e nos deu sua carne e seu sangue como verdadeira comida e verdadeira bebida. Era deste cordeiro que João, o Batista, se referia: o Cordeiro de Deus!



Este canto é o próprio rito de aclamação à Fração do Pão e deve ser cantado integralmente, devendo ser iniciado justamente no instante em que o sacerdote toma nas mãos o corpo de Cristo, fraciona-o e põe um fragmento dentro do cálice. É pois importante que o grupo de canto esteja atento a este momento.

Por isso, para que um canto seja considerado canto de Cordeiro de Deus, ele deve obrigatoriamente conter as palavras: CORDEIRO DE DEUS QUE TIRAIS O PECADO DO MUNDO, TENDE PIEDADE DE NÓS ... DAI-NOS A PAZ. É comum em muitas paróquias cantar ''dai-nos a vossa paz, Senhor'', com o pronome possessivo vossa. Essa fórmula não existe na Instrução Geral no Missal Romano, portanto deve ser omitido.





COMUNHÃO:



Significado Litúrgico - Enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Corpo de Cristo, entoa-se o canto de comunhão que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. Lembremos das palavras do próprio Cristo: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida.... Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele” (Jo 6,51-58).

Este canto acompanha o rito da comunhão. Portanto, quando a última pessoa terminar de comungar, este canto deve ser encerrado.

Deve obrigatoriamente falar sobre a comunhão, ou sobre o corpo e sangue de Cristo, ou sobre o pão da vida, pão do céu, ou qualquer outra palavra que faça alusão à mistério da eucaristia.





REFLEXÃO:



Significado Litúrgico - Após o comunhão, deve-se adotar o silêncio sagrado, onde todos meditam, louvam e rezam a Deus no íntimo do seu coração.

Esse momento é dedicado exclusivamente a Deus, onde a criatura adora ao Criador, o remido louva o Salvador, o imperfeito adora o Amor em perfeição.

A assembléia pode cantar um hino que una todas as preces de louvor e adoração num só propósito.



É considerado por alguns padres como inapropriado, mas está prescrito no missal romano. Portanto, pode ser cantado e é facultativo. Não deve ser cantado um canto de adoração para que não se confunda com uma adoração ao Santíssimo Sacramento.

Deve ser obrigatoriamente um canto onde o destinatário é o próprio Deus, ou seja, deve ser um canto que ajude no diálogo com Deus, Cristo Eucaristia. Jamais deve ser cantado, neste momento, um canto a Nossa Senhora, ou cantos de apresentações teatrais, homenagens... (dia dos pais, dia das mães, aniversários...). Isso é reservado para reuniões, encontros, shows, retiros ou grupos de oração





BÊNÇÃO FINAL:



Significado Litúrgico - A bênção final não é o fim, mas início da grande missão do cristão: ir anunciar o boa nova a toda gente. A despedida da assembléia ocorre a fim de que todos voltem às suas atividades louvando e bendizendo o Senhor com suas boas obras.

Portanto, é um momento de alegria, onde desde já se fica na ânsia de voltar à casa do Senhor para a “pausa restauradora” , que é o sacrifício dominical da santa missa.

Ordinário é a parte fixa da Missa, aquilo que nunca – ou raramente – muda: o Sinal-da-cruz, o Ato Penitencial, o Kyrie, o Glória, o Credo, o Ofertório, o diálogo antes do Prefácio, a Oração Eucarística, as respostas da Oração Eucarística, o Santo, a Consagração, a Doxologia, o Pai Nosso, o Cordeiro de Deus etc.

Próprio é a parte variável, aquilo que muda conforme o dia, o tempo e as intenções: a Coleta (Oração do Dia), as leituras da Liturgia da Palavra (Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda Leitura e Evangelho), as Preces da Comunidade, a reflexão sobre o Evangelho, a Oração sobre as Oferendas, o Prefácio, a Oração depois da Comunhão. Daí que o conjunto desses elementos de uma determinada Missa se chame “Próprio da Missa”. Existe o próprio para celebração ecumênica de formatura, celebração de reconciliação, missa do padroeiro, missa da confirmação, celebração do casamento, missa de casamento, missa de Nossa Senhora, missa de formatura, missa de ação de graças, celebração do batismo, missa dos enfermos, missa da primeira Eucaristia, missa do dízimo, missa de 15 anos, missa de bodas de casamento, missa do Coração de Jesus, missa com encarcerados, vigília exequial, missa da esperança, aniversário de ordenação sacerdotal, missa de 7º dia, grupo de oração universitária, missa de adoração pelo Enem, missa da novena de Natal, missa votiva em honra a um santo ou Nossa Senhora, investidura de coroinhas, acólitos e cerimoniários e ministros extraordinários da comunhão eucarística, missa de posse e acolhida de pároco ou vigário paroquial, missa de aniversário da cidade ou comemoração de (80) anos de emancipação política, missa do vestibulando, missa do concurseiro, missa pelo Enem, missa da acessibilidade, etc.

Tendo isso em conta, escolhi dez cantos que considero impróprios para a Santa Missa, mas próprios para uma reunião, encontro ou grupo de oração. Depois que você interioriza esses conceitos de Ordinário e Próprio, fica muito difícil assistir a uma missa como se tudo estivesse bem. Infelizmente nesses casos, ainda que a missa seja válida, sua consciência não deixa de acusar que algo vestá errado.

E é inevitável que você sinta certo desconforto com a figura do sacerdote lá, diante do altar, impassível em relação a tudo isso. Não queremos de forma alguma incentivar uma cultura autodestruidora dentro da Igreja. Pelo contrário, queremos apenas lembrar que a liturgia não é algo pessoal, mas dom do próprio Espírito Santo para toda a Igreja. Portanto, enquanto o gregoriano fica no purgatório, eis os cantos que incluo na lista negra do dia:

1.Glória a Deus

Glória a Deus! Glória a Deus! Glória ao Pai!
Glória a Deus! Glória a Deus! Glória ao Pai!
A Ele seja a glória! A Ele seja a glória!

Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!

Glória a Deus! Glória a Deus! Glória ao Filho
Glória a Deus! Glória a Deus! Glória ao Filho
A Ele seja a glória! A Ele seja a glória!

Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!

Glória a Deus! Glória a Deus! Espírito Santo
Glória a Deus! Glória a Deus! Espírito Santo
A Ele seja a glória! A Ele seja a glória!

Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!
Aleluia! Amém!

Eu queria entender o porquê do medo que os padres têm de falar claramente: “não existe letra alternativa ao ‘Gloria in excelsis Deo et in terra pax hominubus[…]‘”. Coloco em latim para que não haja dúvidas. Existe uma oração para o Glória incluído na categoria de partes fixas da missa, o Ordinário. As partes do ordinário, como já vimos, não podem ser modificadas de forma alguma. Eu vou ser muito sincero com vocês, a única atitude liturgicamente correta quando uma banda me chega com um glória “pirata”, ou seja, desautorizado, para cantar na missa é dizer, “rezemos a oração do glória”, antes de começarem os instrumentos. Não há exceção.

Por isso a importância de o padre saber antecipadamente tudo o que se vai cantar na missa. Vocês já acompanharam a escolha de um setlist para show? Nas paróquias comumente se diz: “já cantamos esse glória semana passada. Acho melhor esse para dar uma variada…”. Não se pode escolher o Glória como se escolhe o setlist de um show. A menos que se adapte o canto, é expressamente proibido substituí-lo por outro canto com letra diferente.

2.Em nome do Pai

Em nome do Pai
Em nome do Filho
Em nome do Espírito Santo
Estamos aqui

Em nome do Pai
Em nome do Filho
Em nome do Espírito Santo
Estamos aqui

Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, estamos aqui, Senhor, a teu dispor
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, te aclamar, Deus trino de amor

Aqui há dois problemas: o primeiro é que o Sinal da Cruz NÃO é rezado por todos os fiéis. O Missal Romano esclarece: “O sacerdote diz: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. O povo responde: Amém”. O segundo também pode ser esclarecido pelo missal: não está previsto nenhuma repetição, refrão ou frase extra. Infelizmente, não temos (padres, leigos, religiosos e nem mesmo bispos individualmente) poder para alterar a liturgia, que é sinal da universalidade e da unicidade da Igreja. Como diz o papa Bento XVI, “A cada dia deve crescer em nós a convicção de que a liturgia não é um nosso, um meu ‘fazer’, mas é ação de Deus em nós e conosco”.

3. Santo, Santo, Santo, Dizem Todos Os Anjos

Santo, Santo, Santo, dizem todos os anjos
Santo, Santo, Santo é o Senhor Jesus
Santo, Santo, Santo é quem nos redime
Porque meu Deus é Santo
E a terra cheia de Sua glória está
Santo, Santo, Santo, dizem todos os anjos
Santo, Santo, Santo é o Senhor Jesus
Santo, Santo, Santo é quem nos redime
Porque meu Deus é Santo
E a terra cheia de Sua glória está
Céus e terras passarão, mas Sua palavra não passará
Céus e terras passarão, mas Sua palavra não passará
Não, não, não passará
Não, não, não, não, não, não passará
Hosana a Jesus Cristo filho de Maria
Bendito o que vem em nome do Senhor
Santo, santo, santo é quem nos redime
Porque meu Deus é Santo
E a terra cheia de Sua glória está
Santo, santo, santo é quem nos redime
Porque meu Deus é Santo
E a terra cheia de Sua glória está

Também existe uma oração específica, incluída na categoria “Ordinário da Missa”. Além disso, essa musiqueta é conhecida por incitar nos fiéis uma certa coreografia na qual os fiéis levantam as mãozinhas para cima, para baixo e fazem o sinal de negativo com o dedinho. Vamos combinar, nada mais inadequado para dizer o mínimo.

4. Faz um milagre em mim

Como Zaqueu eu quero subir
O mais alto que eu puder
Só pra te ver, olhar para ti
E chamar sua atenção para mim
Eu preciso de ti, Senhor
Eu preciso de ti, oh pai
Sou pequeno demais
Me dá a tua paz
Largo tudo pra te seguir
Entra na minha casa
Entra na minha vida
Mexe com minha estrutura
Sara todas as feridas
Me ensina a ter santidade
Quero amar somente a ti
Porque o Senhor é o meu bem maior
Faz um milagre em mim

Ainda que a música evangélica não tenha erro explícito (na letra), muitas vezes a melodia está carregada de individualismo e de sentimentalismo, próprios de certas denominações protestantes neopentecostais. Além disso, até onde sei costuma-se cantar essa música durante a Comunhão. Não há nenhuma referência à Eucaristia.

5. Pai-Nosso do Padre Marcelo Rossi

Pai nosso que estás no céu
Santificado seja o teu nome
E venha a nós o teu reino
E seja feita a tua vontade
Pai, meu pai do céu, meu pai do céu
Eu quase me esqueci, me esqueci
Que o teu amor vela por mim, vela por mim
Que seja feito assim
Meu pai, meu pai do céu
Meu pai do céu eu quase me esqueci, me esqueci
Que o teu amor vela por mim, vela por mim
Que seja feito assim
O alimento desse dia dai-nos agora e sempre
E perdoai nossas ofensas
De um modo maior com que perdoamos
Pai, meu pai do céu, meu pai do céu
Eu quase me esqueci, me esqueci
Que o teu amor vela por mim, vela por mim
Que seja feito assim
Meu pai, meu pai do céu
Meu pai do céu eu quase me esqueci, me esqueci
Que o teu amor vela por mim, vela por mim
Que seja feito assim
E não nos deixeis cair em tentação
Mas livra-nos de todo o mal, amém

Ainda que não tenha nenhum erro na letra, essa é a música mais obviamente inadequada de todos os tempos. A oração do Pai-Nosso é bíblica. Jesus nunca disse o que está na música.

6. Senhor que viestes salvar

Senhor, eis aqui o teu povo que vem implorar teu perdão
É grande o nosso pecado, porém é maior o teu coração.

Sabendo que acolheste Zaqueu, o cobrador,
E assim lhe devolveste tua paz e teu amor,
Também, nos colocamos ao lado dos que vão
Buscar no teu altar a graça do perdão.

Revendo em madalena a nossa própria fé,
Chorando nossas penas diante dos teus pés
Também, nós desejamos o nosso amor te dar
Porque só muito amor nos pode libertar.

Motivos temos nós de sempre confiar,
De erguer a nossa voz, de não desesperar,
Olhando aquele gesto que o bom ladrão salvou,
Não foi, também, por nós, teu sangue que jorrou?

O Missal Romano prevê três tipos de oração para o Ato Penitencial. a) ou reza ou canta o “Confesso a Deus todo-poderoso…” (confiteor); b) O “Tende compaixão…”; c) o “Senhor, que viestes salvar… tende piedade de nós”. Ou seja, faz parte do Ordinário da Missa também. Muitas vezes se pensa que basta que a letra remeta a arrependimento que pode ser incluída na missa. Mais uma vez vou ser bem claro, estamos numa época de liturgistas desautorizados.

Pessoas sem autoridade que querem inovar no rito de Paulo VI como se se houvesse alguma possibilidade de coisas assim ocorrerem. Felizmente muitos fazem isso por ignorância. Eu só tenho pena de sacerdotes que estudam sete anos no mínimo e ainda assim permitem que a liturgia da Igreja seja deformada com gestos sutis de desobediência, como mudar um canto aqui, outro ali.

7.Quero te dar a paz

Quero te dar a paz do meu Senhor,
Com muito amor,
Quero te dar a paz do meu Senhor,
Com muito amor,
Na flor vejo manifestar o poder da criação,
Nos teus lábios eu vejo estar o sorriso de um irmão,
Toda vez que eu te abraço,
E aperto a sua mão,
Sinto forte o poder do amor, dentro do seu coração
Quero te dar a paz do meu Senhor,
Com muito amor,
Quero te dar a paz do meu Senhor,
Com muito amor,
Deus é Pai e nos protege,
Cristo é filho e salvação,
Santo Espírito consolador,
Na Trindade somos irmãos,
Toda vez que te abraço,
E aperto a sua mão,
Sinto forte o poder do amor, dentro do seu coração,
Quero te dar a paz do meu Senhor,
Com muito amor,
Quero te dar a paz do meu Senhor,
Com muito amor...

Eu nunca vi essa música ser tocada sem incitar palmas, dancinhas, agitação, conversa e barulho. Só por isso deve ser a Anathema Sit dos cantos de missa.

8. Cantar a Beleza da vida

Cantar a beleza da vida, presente do amor sem igual:
Missão do teu povo escolhido! Senhor, vem livrar-nos do mal!

Vem dar-nos teu Filho, Senhor
Sustento no pão e no vinho
E a força do Espírito Santo
Unindo teu povo a caminho!

Falar do teu filho às nações, vivendo como ele viveu:
Missão do teu povo escolhido!
Senhor, vem cuidar do que é teu!

Viver o perdão sem medida, servir sem jamais condenar:
Missão do teu povo escolhido!
Senhor, vem conosco ficar!

Erguer os que estão humilhados, doar-se aos pequenos e aos pobres:
Missão do teu povo escolhido!
Senhor, nossas forças redobre!

Buscar a verdade e a justiça, nas trevas brilhar como a luz:
Missão do teu povo escolhido!
Senhor, nossos passos conduz!

Andar os caminhos do mundo, plantando teu reino de paz:
Missão do teu povo escolhido
Senhor, nossos passos refaz!

Fazer deste mundo um só povo, fraterno, a serviço da vida:
Missão do teu povo escolhido
Senhor, vem nutrir nossa lida!

Heresia branca. Primeiro que é difícil entender que “sustento no Pão e no vinho” signifique a transubstanciação. Para mim o trecho em questão significa justamente o contrário, que Cristo está simbolicamente representado no Pão e no Vinho e dessa ligação simbólica/espiritual viria o nosso sustento. Afinal, o sustento vem do pão e do vinho ou da carne (o corpo), da hóstia consagrada, do Pão do Céu? Não sei quem é o compositor, mas caso vocês queiram relativizar e dizer que é apenas uma ambiguidade, fica a critério de cada um. Mas, em linguagem gramatical, dizemos que isso é um vício de linguagem.

9. Passeio de Caranguejo

Quando a solidão aperta
Doe primeiro o pé
Passeio de caranguejo
Depende da maré

Não vou ficar chorando (buá, buá, buá)
Vendo a vida passar
Vou entoar meu canto
Cantando com os anjos até o sol raiar

A boca fala aquilo que o coração tá cheio (tá cheio)
A boca fala aquilo que o coração tá cheio
Tá cheio de amor

Não vou ficar chorando (buá, buá, buá)
Vendo a vida passar
Vou entoar meu canto
Cantando com os anjos até o sol raiar

Cansei de escutar essa música no canto final. Essa música numa missa só pode ser fruto da mente de uma pessoa que jura estar num culto protestante. Não tem outra explicação.

10. Reunidos aqui

Reunidos aqui (reunidos aqui)
Só pra louvar ao Senhor (só pra louvar ao Senhor)
Novamente aqui (novamente aqui)
Em união (em união)
Algo bom vai acontecer (algo bom vai acontecer)
Algo bom Deus tem pra nós

Costumam cantar esta música no canto de entrada. Eu não recomendaria esse canto para a missa porque transmite uma visão reducionista do Culto Sagrado. Antes de estar na missa “só pra louvar”, estamos lá adorar, agradecer, expiar e pedir. Não é festa e não estamos lá “só para louvar”.

Estes são apenas alguns exemplos, mas temos muitas outras que não deveriam ser cantadas na missa, mas em retiros, shows, reuniões, encontros ou grupos de oração.

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