Jornal Correio da Paraíba - Religião - 22 de dezembro de 2019 (2)

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Significado de cada dia da Semana Santa

A Semana Santa é um grande marco no ano católico para os fiéis. Na semana que antecede o domingo de Páscoa, os passos de Jesus são relembrados e homenageados por seus devotos, que refletem o sofrimento e a entrega de Cristo para salvar a humanidade. Em 2019, ela começa em 14 de abril. Entenda seu significado da Semana Santa, dia após dia.

Conheça o significado da Semana Santa
Dia 1 – Domingo de Ramos
A data que dá início à Semana Santa é o dia em que, na história católica, Jesus chega à Jerusalém. Nesse dia, os fiéis levam ramos à igreja para receberam as bênçãos de Cristo. Neste dia é recordada a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém em meio a uma multidão que o aclamou como o Messias. As cerimônias principais do dia são a bênção dos ramos, a procissão, a Missa e, durante a Missa, o relato da Paixão. Os fiéis que participaram da procissão, que data do século IV em Jerusalém, devem levar nas mãos ramos de palmas, oliveiras ou outras árvores e entoar cantos adequados. Os sacerdotes e os ministros, levando também ramos, devem ir à frente do povo. Não se pode esquecer que a bênção dos ramos acontece antes da procissão e que se deve instruir os fiéis cristãos a guardarem os ramos abençoados em suas casas junto com as cruzes ou quadros religiosos que tenham em seus lares, como recordação da vitória pascal do Senhor Jesus. A segunda tradição litúrgica é a de Roma, a qual nos convida a entrar conscientemente na Semana Santa da Paixão gloriosa e amorosa de Cristo, antecipando a proclamação do mistério no Evangelho de Marcos. Para o bem espiritual dos fiéis, convém que se leia por inteiro a narração da Paixão e que não se omitam as leituras que a precedem. Terminada a narração da Paixão, não se deve omitir a homilia. Neste dia, o Evangelho pode ser dialogado, assim como na Sexta-feira Santa.

Dia 2 – Segunda-feira Santa
No segundo dia, é relembrada a prisão de Jesus Cristo.

Dia 3 – Terça-feira Santa
No dia em que são celebradas as Sete Dores de Nossa Senhora, o anúncio da morte de Jesus é relembrado pelos fiéis.

Dia 4 – Quarta-feira Santa
Neste dia, algumas igrejas celebram a piedosa procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Também é a data em que é relembrado o Ofício das Trevas, quando o mundo já estava em trevas devido a aproximação da morte de Jesus.

Dia 5 – Quinta-feira Santa
É o dia em que é celebrada a Instituição do Sacramento da Eucaristia e do sacramento da Ordem Sacerdotal, ou seja, os fiéis relembram o momento da última ceia de Jesus Cristo, destacando a bênção com os Santos Óleos e a cerimônia do Lava-pés. Esta data é comemorada pela Igreja com uma eucaristia especial. Nela, o sacerdote lava os pés de doze pessoas que representam os apóstolos, repetindo assim o gesto de Jesus Cristo.  Com esta ação, Jesus transmite a mensagem da caridade, quando diz: “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Dessa forma, o Senhor Jesus dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que todos os fiéis devem seguir. A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor, na qual Jesus, na véspera da sua paixão, “enquanto ceava com seus discípulos, tomou pão...”. Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e recordassem-no abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Neste dia, há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o “Glória”: é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém, ao mesmo tempo, é sóbria e dolorida, porque é conhecido o preço que Cristo pagou por nós. A celebração divide-se em 6 partes: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística, Rito da Comunhão, Procissão do Silêncio e Adoração ao Santíssimo Sacramento.

Dia 6 – Sexta-feira Santa (ou Sexta-feira da Paixão)
É o dia em que Jesus é crucificado ao lado de dois ladrões no alto do Calvário. Às 3 horas da tarde, Cristo morre e tem seu corpo levado para sepultamento por José de Arimateia. Na data, os fiéis fazem penitências para celebrar o sacrifício de Jesus. Também é realizada a Via-Sacra, o Sermão das Sete Palavras de Jesus na Cruz, procissões com a imagem de Cristo e Sua Mãe dolorosa em algumas cidades e bairros. Neste dia, a Igreja não celebra a Eucaristia nem qualquer outro sacramento, exceto a Confissão e a Unção dos Enfermos. A Celebração da Paixão do Senhor divide-se em 4 partes: Liturgia da Palavra, Oração Universal, Adoração da Cruz e Comunhão Eucarística, com as hóstias consagradas na Quinta-feira Santa.  Não há Ofertório nem a Consagração nem a Oração Eucarística, pois não há a Renovação do Sacrifício do Altar. Os altares são desnudados, os sacrários são abertos ou tem a luz vermelha apagada para mostrar que o Corpo de Cristo não esta lá. Não se canta nenhuma música pelo luto da morte do Senhor, apenas na Adoração da Cruz e da Comunhão, mas mesmo assim músicas tristes e de luto. A celebração conclui-se com a oração depois da comunhão e a oração sobre o povo, sem avisos, bênção final, despedida ou canto final. Todos se retiram em silêncio. A celebração não é iniciada com canto de entrada, saudação e ato penitencial.

Dia 7 – Sábado de Aleluia (ou Sábado Santo)
É onde se inicia a Vigília Pascal, que tem início no final do dia e dura até a manhã do domingo de Páscoa. Dia de espera, no qual Jesus está no sepulcro e Maria acompanha a Igreja. Neste dia, não se celebra a Eucaristia, a comunhão só é permitida em caso de morte (viático). Durante o dia, não há missa, batizado nem casamento nem qualquer outro sacramento, exceto o da confissão. A Vigília começa ao pôr do sol do sábado e termina antes do amanhecer do domingo. É a mãe de todas as Vigílias. Divide-se em 6 partes: Liturgia da Luz, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal, Liturgia Eucarística, Rito da Comunhão e Ritos Finais. É o dia em que a Igreja Católica medita sobre a paixão e morte do Senhor, assim como sua descida ao inferno, e espera em oração a sua ressurreição.

Dia 8 – Domingo de Páscoa (ou Domingo da Ressurreição)
É a data da ressurreição de Jesus Cristo, provando que a morte não é o fim e que Ele é o verdadeiro Filho de Deus. Cristo triunfante, sobre a morte, abre as portas do céu. Durante a Missa, acende-se o círio pascal que permanecerá aceso até o dia em que se comemora a Ascensão de Jesus ao céu. Esta festa celebra a derrota do pecado e da morte pela a ressurreição. Todo o sofrimento temporal adquire sentido com a vida eterna. É um dia de festa e alegria, Cristo ressuscitou, o túmulo está vazio, a humanidade está salva, agora é hora de abraçar esta salvação testemunhando uma verdadeira vida cristã.

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Por que não pode comer carne na Sexta-Feira Santa?

A Páscoa é uma das principais celebrações do calendário cristão e, durante a Semana Santa, existe a tradição de não consumir carne, especificamente na Sexta-Feira Santa.

Uma das principais datas do calendário religioso do cristianismo é a Páscoa, comemoração que relembra a crucificação e celebra a ressurreição de Jesus Cristo. A celebração da Páscoa acontece durante a Semana Santa, período do cristianismo que tem início no Domingo de Ramos, dia que marca a entrada de Cristo em Jerusalém. A Semana Santa termina exatamente no domingo de Páscoa, dia da ressurreição de Cristo.

Durante o período, os fiéis observam muitas práticas e tradições que são ligadas, principalmente, ao catolicismo, e uma das mais conhecidas diz respeito à abstinência de carne na Sexta-feira Santa. Afinal, por que a Igreja Católica recomenda aos fiéis não se alimentarem de carne vermelha na Sexta-Feira Santa?

Por que algumas pessoas não comem carne na Sexta-Feira Santa?
Dentro da tradição da Igreja Católica, a Sexta-Feira Santa, também conhecida como Sexta-Feira da Paixão, é um dia reservado para a prática da abstinência. Essa tradição milenar do catolicismo opõe-se ao consumo de carne vermelha e de frango nesse dia. Dentro desse costume, é comum que nesse dia as pessoas substituam o consumo dessas carnes pelo consumo de peixe.

A tradição de jejuar na Sexta-Feira Santa, provavelmente, teve sua origem na Idade Média. Isso porque outra tradição do catolicismo surgiu nesse período: a de jejuar toda sexta-feira. No século IX, durante o pontificado de Nicolau I, foi imposta a prática de abdicar de carne toda sexta-feira a todos os cristãos maiores de sete anos.

Nos primeiros tempos dessa prática, era comum que as pessoas abstivessem-se nas quartas e nas sextas e, além da carne, as pessoas não consumiam laticínios e ovos também. A prática, no entanto, perdeu força, e a Igreja defende atualmente a abstenção apenas na sexta. Hoje em dia, a prática da privação de carne durante a Sexta-Feira Santa segue vigente.

O Código de Direito Canônico afirma que todas as sextas-feiras do ano devem ser reservadas para a abstinência de carne ou outro alimento, mas o jejum pode ser substituído pela realização de uma obra de caridade, por exemplo. No que compete à Páscoa, o jejum era realizado durante todo o período da Quaresma (período de 40 dias que antecedem a Páscoa).

Existem aqueles que ainda fazem o jejum na Quarta-Feira de Cinzas, quando se inicia todo o ciclo de preparação para a Páscoa, e na Sexta-Feira Santa, que é um dia de luto, para se unir ao sofrimento de Cristo, dia de penitência, de sacrifício.

A abstenção de carne na Sexta-Feira Santa acontece em respeito ao derramamento do sangue de Jesus Cristo durante o seu sacrifício. Além disso, muitos religiosos destacam que a realização do jejum é uma prática daqueles que desejam ser afastados do pecado.

O que pode comer na Sexta-Feira Santa?
A tradição refere-se especificamente ao consumo de carne vermelha e frango. Muitas pessoas substituem o consumo dessas carnes pela de peixe, mas outras pessoas optam por não consumir nenhum tipo de carne no período. O que consumir exatamente, durante o período da Quaresma e na Sexta-Feira Santa, tem relação com a consciência e com aquilo em que cada um acredita.

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