Matemática - Geometria Espacial (2)
Projeção ortogonal
A projeção ortogonal de um ponto P sobre um plano
é a intersecção do plano com a reta perpendicular a ele, conduzida pelo ponto P:


A projeção ortogonal de uma figura geométrica F ( qualquer conjunto de pontos) sobre um plano
é o conjunto das projeções ortogonais de todos os pontos de F sobre
:



Distâncias entre ponto, reta e planos
A distância entre um ponto e um plano é a medida do segmento cujos extremos são o ponto e sua projeção ortogonal sobre o plano:

A distância entre uma reta e um plano paralelo é a distância entre um ponto qualquer da reta e o plano:

A distância entre dois planos paralelos é a distância entre um ponto qualquer de um deles e o outro plano:

A distância entre duas retas reversas, r e s, é a distância entre um ponto qualquer de uma delas e o plano que passa pela outra e é paralelo à primeira reta:

Ângulos entre retas e planos
O ângulo entre duas retas reversas é o ângulo agudo que uma delas forma com uma reta paralela à outra:

O ângulo entre uma reta e um plano é o ângulo que a reta forma com sua projeção ortogonal sobre o plano:

Observações:

Diedros, triedos, poliedros
Diedros
Dois semiplanos não-coplanares, com origem numa mesma reta, determinam uma figura geométrica chamada ângulo diédrico, ou simplesmente diedro:

Triedos
Três semi-retas não-coplanares, com origem num mesmo ponto, determinam três ângulos que formam uma figura geométrica chamada ângulo triédrico, ou simplesmente triedro:

Ângulo poliédrico
Sejam n (
) semirretas de mesma origem tais que nunca fiquem três num mesmo semiplano. Essas semirretas determinam n ângulos em que o plano de cada um deixa as outras semirretas em um mesmo semiespaço. A figura formada por esses ângulos é o ângulo poliédrico.


Poliedros
Chamamos de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois somente uma aresta em comum. Veja alguns exemplos:




Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Poliedros convexos e côncavos
Observando os poliedros acima, podemos notar que, considerando qualquer uma de suas faces, os poliedros encontram-se inteiramente no mesmo semiespaço que essa face determina. Assim, esses poliedros são denominados convexos.
Isso não acontece no último poliedro, pois, em relação a duas de suas faces, ele não está contido apenas em um semi-espaço. Portanto, ele é denominado côncavo.
Classificação
Os poliedros convexos possuem nomes especiais de acordo com o número de faces, como por exemplo:
- tetraedro: quatro faces
- pentaedro: cinco faces
- hexaedro: seis faces
- heptaedro: sete faces
- octaedro: oito faces
- icosaedro: vinte faces
Poliedros regulares
Um poliedro convexo é chamado de regular se suas faces são polígonos regulares, cada um com o mesmo número de lados e, para todo vértice, converge um mesmo número de arestas.
Existem cinco poliedros regulares, que são apresentados a seguir:
Poliedro
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Planificação
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Elementos
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Tetraedro
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4 faces triangulares
4 vértices
6 arestas
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Hexaedro
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6 faces quadrangulares
8 vértices
12 arestas
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Octaedro
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8 faces triangulares
6 vértices
12 arestas
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Dodecaedro
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12 faces pentagonais
20 vértices
30 arestas
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Icosaedro
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20 faces triangulares
12 vértices
30 arestas
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Relação de Euler
Em todo poliedro convexo é válida a relação seguinte:
V - A + F = 2
em que V é o número de vértices, A é o número de arestas e F, o número de faces. Observe os exemplos:
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V=8 A=12 F=6
8 - 12 + 6 = 2
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V = 12 A = 18 F = 8
12 - 18 + 8 = 2
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Poliedros platônicos
Diz-se que um poliedro é platônico se, e somente se:
a) for convexo;
b) em todo vértice concorrer o mesmo número de arestas;
c) toda face tiver o mesmo número de arestas;
d) for válida a relação de Euler.
Assim, nas figuras acima, o primeiro poliedro é platônico e o segundo, não-platônico.
Prismas
Na figura abaixo, temos dois planos paralelos e distintos,
, um polígono convexo R contido em
e uma reta r que intercepta
, mas não R:




Para cada ponto P da região R, vamos considerar o segmento
, paralelo à reta r
:



Assim, temos:

Chamamos de prisma ou prisma limitado o conjunto de todos os segmentos congruentes
paralelos a r.

Elementos do prisma
Dado o prisma a seguir, consideramos os seguintes elementos:

- bases: as regiões poligonais R e S
- altura: a distância h entre os planos
- arestas das bases: os lados
( dos polígonos)
- arestas laterais: os segmentos
- faces laterais: os paralelogramos AA'BB', BB'C'C, CC'D'D, DD'E'E, EE'A'A.
Classificação dos prismas
Um prisma pode ser:
- reto: quando as arestas laterais são perpendiculares aos planos das bases;
- oblíquo: quando as arestas laterais são oblíquas aos planos das bases.
Veja:


Chamamos de prisma regular todo prisma reto cujas bases são polígonos regulares:

prisma regular triangular

prisma regular hexagonal
Observação: As faces de um prisma regular são retângulos congruentes.
Secção e áreas do prisma
Um plano que intercepte todas as arestas de um prisma determina nele uma região chamada secção do prisma.
Secção transversal é uma região determinada pela intersecção do prisma com um plano paralelo aos planos das bases (figura 1). Todas as secções transversais são congruentes (figura 2).
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Áreas
Em um prisma, distinguimos dois tipos de superfície: as faces e as bases. Assim, temos de considerar as seguintes áreas:
a) área de uma face (AF ): área de um dos paralelogramos que constituem as faces;
b) área lateral (AL): soma das áreas dos paralelogramos que formam as faces do prisma.
No prisma regular, temos:
AL = n . AF (n = número de lados do polígono da base)
c) área da base (AB): área de um dos polígonos das bases;
d) área total (AT): soma da área lateral com a área das bases.
AT = AL + 2AB
Vejamos um exemplo. Dado um prisma hexagonal regular de aresta da base a e aresta lateral h, temos:
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Paralelepípedo
Todo prisma cujas bases são paralelogramos recebe o nome de paralelepípedo. Assim, podemos ter:

a) paralelepípedo oblíquo

b) paralelepípedo reto
Se o paralelepípedo reto tem bases retangulares, ele é chamado de paralelepípedo reto-retângulo, ortoedro ou paralelepípedo retângulo.
Paralelepípedo retângulo
Seja o paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c da figura:

Temos quatro arestas de medida a, quatro arestas de medida b e quatro arestas de medida c; as arestas indicadas pela mesma letra são paralelas.
Diagonais da base e do paralelepípedo
Considere a figura a seguir:

db = diagonal da base
dp = diagonal do paralelepípedo
Na base ABFE, temos:


No triângulo AFD, temos:


Área lateral
Sendo AL a área lateral de um paralelepípedo retângulo, temos:

AL= ac + bc + ac + bc
AL= 2ac + 2bc
AL = 2(ac + bc)
AL= 2ac + 2bc
AL = 2(ac + bc)
Área total
Planificando o paralelepípedo, verificamos que a área total é a soma das áreas de cada par de faces opostas:

AT= 2( ab + ac + bc)
Volume
Por definição, unidade de volume é um cubo de aresta 1. Assim, considerando um paralelepípedo de dimensões 4, 2 e 2, podemos decompô-lo em 4 . 2 . 2 cubos de aresta 1:

Então, o volume de um paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c é dado por:
V = abc
Como o produto de duas dimensões resulta sempre na área de uma face e como qualquer face pode ser considerada como base, podemos dizer que o volume do paralelepípedo retângulo é o produto da área da base AB pela medida da altura h:

Cubo
Um paralelepípedo retângulo com todas as arestas congruentes (a=b=c) recebe o nome de cubo. Dessa forma, as seis faces são quadrados.

Diagonais da base e do cubo
Considere a figura a seguir:

dc=diagonal do cubo
db = diagonal da base
Na base ABCD, temos:


No triângulo ACE, temos:


Área lateral
A área lateral AL é dada pela área dos quadrados de lado a:

AL=4a2 |
Área total
A área total AT é dada pela área dos seis quadrados de lado a:

AT=6a2 |
Volume
De forma semelhante ao paralelepípedo retângulo, o volume de um cubo de aresta a é dado por:
V= a . a . a = a3
Generalização do volume de um prisma
Para obter o volume de um prisma, vamos usar o princípio de Cavalieri (matemático italiano, 1598 - 1697), que generaliza o conceito de volume para sólidos diversos.
Dados dois sólidos com mesma altura e um plano
, se todo plano
, paralelo a
, intercepta os sólidos e determina secções de mesma área, os sólidos têm volumes iguais:





Se 1 é um paralelepípedo retângulo, então V2 = ABh. Assim, o volume de todo prisma e de todo paralelepípedo é o produto da área da base pela medida da altura:
Vprisma = ABh
|
Cilindro
Na figura abaixo, temos dois planos paralelos e distintos,
, um círculo R contido em
e uma reta r que intercepta
, mas não R:




Para cada ponto C da região R, vamos considerar o segmento
, paralelo à reta r
:



Assim, temos:

Chamamos de cilindro, ou cilindro circular, o conjunto de todos os segmentos
congruentes e paralelos a r.

Elementos do cilindro
Dado o cilindro a seguir, consideramos os seguintes elementos:

- bases: os círculos de centro O e O'e raios r
- altura: a distância h entre os planos
- geratriz: qualquer segmento de extremidades nos pontos das circunferências das bases ( por exemplo,
) e paralelo à reta r
Classificação do Cilindro
Um cilindro pode ser:
- circular oblíquo: quando as geratrizes são oblíquas às bases;
- circular reto: quando as geratrizes são perpendiculares às bases.
Veja:

O cilindro circular reto é também chamado de cilindro de revolução, por ser gerado pela rotação completa de um retângulo por um de seus lados. Assim, a rotação do retângulo ABCD pelo lado
gera o cilindro a seguir:


A reta
contém os centros das bases e é o eixo do cilindro.

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