Português - Morfologia (13)
Modos Verbais
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em português, existem três modos:
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade, uma convicção. Por exemplo: Eu sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade, uma condição, uma incerteza, uma hipótese. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido, um conselho, uma súplica, um convite, uma recomendação, um alerta, uma sugestão, uma advertência, uma exortação, uma instrução. Por exemplo: Estuda agora, menino.
Formas Nominais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
Era preciso ter lido este livro.
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: Radical + ES | Ex.: teres (tu) |
1ª pessoa do plural: Radical + MOS | Ex.: termos (nós) |
2ª pessoa do plural: Radical + DES | Ex.: terdes (vós) |
3ª pessoa do plural: Radical + EM | Ex.: terem (eles) |
Por exemplo:
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Na linguagem da informática, é comum seu uso para indicar processos em curso: instalando, configurando, baixando, reiniciando, adicionando.
d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo:
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:
1. Tempos do Indicativo
Presente - Expressa um fato atual, dá atualidade a fatos ocorridos no passado (presente histórico ou narrativo), expressa verdades universais ou científicas (axiomas), fatos ou estados permanentes, indica ação habitual ou fato futuro e atenua o tom do imperativo. Por exemplo:
Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado, fato passado que era contínuo, permanente, sugere cortesia quando substitui o presente, com valor enfático, substitui o futuro do pretérito, indica fato presente em relação a outro passado ou fato passado na incerteza da localização do tempo. Por exemplo:
Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Por exemplo:
Ele estudou as lições ontem à noite.
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que pode se prolongar até o momento atual. Por exemplo:
Tenho estudado muito para os exames.
Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Tanto na forma simples quanto na forma composta, expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Por exemplo:
Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma composta - habitual)
Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples - literária)
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual, dúvida ou incerteza sobre fatos atuais ou ordem categórica, substituindo com mais energia o imperativo, muito comum em leis, contratos e ordens judiciais. Por exemplo:
Ele estudará as lições amanhã.
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo:
Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste.
Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado, dúvida ou incerteza sobre fatos passados, polidez de um pedido em substituição ao imperativo, surpresa ou indignação em frases interrogativas e exclamativas, fato não realizado dependente de condição ou algo presente, nesse caso, indica ironia. Por exemplo:
Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado. Por exemplo:
Se eu tivesse ganhado esse dinheiro, teria viajado nas férias.
Tempos do Subjuntivo
Presente - Enuncia um fato atual, expressando uma possibilidade, que pode ocorrer no momento exato da ação. Por exemplo:
É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, dependente de outro fato passado, presente ou futuro, mas posterior a outro já ocorrido. Por exemplo:
Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento passado. Por exemplo:
Embora tenha estudado bastante, não passou no teste.
Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato vindouro temporal, condicional ou conformativo, relacionado a outro fato presente ou futuro, ocorrido antes de outro fato já terminado. Por exemplo:
Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de exames.
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo:
Quando ele vier à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo:
Se ele vier à loja, levará as encomendas.
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo:
Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.
Formação dos Tempos Simples
Quanto à formação dos tempos simples, estes dividem-se em primitivos e derivados.
Primitivos:Presente do indicativo
Pretérito perfeito do indicativo
Infinitivo impessoal
Pretérito perfeito do indicativo
Infinitivo impessoal
Derivados do Presente do Indicativo:Presente do subjuntivo
Imperativo afirmativo
Imperativo negativo
Imperativo afirmativo
Imperativo negativo
Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo:Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo
Derivados do Infinitivo Impessoal:Futuro do presente do indicativo
Futuro do pretérito do indicativo
Imperfeito do indicativo
Gerúndio
Particípio
Futuro do pretérito do indicativo
Imperfeito do indicativo
Gerúndio
Particípio
Tempos Primitivos
Presente do Indicativo
|
Pretérito Perfeito do Indicativo
O pretérito perfeito do indicativo é marcado basicamente pela desinência pessoal.
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Infinitivo Impessoal
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Tempos Derivados do Presente do Indicativo
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). Em alguns verbos, o presente do subjuntivo não usa o radical do presente do indicativo, como saber, estar, dar, haver, ir, ser e querer: sei / saiba; estou / esteja; dou / dê; hei / haja; vou / vá; sou / seja; quero / queira.
1ª conjugação
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2ª conjugação
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3ª conjugação
|
Des. temporal
|
Des. temporal
|
Desinência pessoal
|
1ª conj.
|
2ª/3ª conj.
| ||||
CANTAR
|
VENDER
|
PARTIR
| |||
cantE
|
vendA
|
partA
|
E
|
A
|
Ø
|
cantES
|
vendAS
|
partaAS
|
E
|
A
|
S
|
cantE
|
vendA
|
partaA
|
E
|
A
|
Ø
|
cantEMOS
|
vendAMOS
|
partAMOS
|
E
|
A
|
MOS
|
cantEIS
|
vendAIS
|
partAIS
|
E
|
A
|
IS
|
cantEM
|
vendAM
|
partAM
|
E
|
A
|
M
|
Imperativo
Imperativo Afirmativo ou Positivo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós) eliminando-se o "S" final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Presente do Indicativo
|
Imperativo Afirmativo
|
Presente do Subjuntivo
|
Eu canto
|
---
|
Que eu cante
|
Tu cantas
|
CantA tu
|
Que tu cantes
|
Ele canta
|
Cante você
|
Que ele cante
|
Nós cantamos
|
Cantemos nós
|
Que nós cantemos
|
Vós cantais
|
CantAI vós
|
Que vós canteis
|
Eles cantam
|
Cantem vocês
|
Que eles cantem
|
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar um advérbio de negação (não, nunca ou jamais) às formas do presente do subjuntivo.
Presente do Subjuntivo
|
Imperativo Negativo
|
Que eu cante
|
---
|
Que tu cantes
|
Não cantes tu
|
Que ele cante
|
Não cante você
|
Que nós cantemos
|
Não cantemos nós
|
Que vós canteis
|
Não canteis vós
|
Que eles cantem
|
Não cantem vocês
|
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês, ou qualquer outro pronome de tratamento.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
- Quando o verbo termina em ze (na 2ª pessoa do singular), pode-se conjugá-lo sem o e: dize ou diz tu, faze ou faz tu, traze ou traz tu. Isso se justifica pelo fato de as formas oficiais estarem em desuso na língua contemporânea.
Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
Pretérito mais-que-perfeito
Para formar o pretérito mais-que-perfeito do indicativo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -RA mais a desinência de número e pessoa correspondente.
Existem gramáticos que afirmam que este tempo origina-se da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito (cantaram/venderam/partiram), mediante a supressão do m final e acréscimo da desinência de número e pessoa.
Ou simplesmente:
tema + {-ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram (1ª, 2ª e 3ª conj.)
Observe o quadro:
1ª conjugação | 2ª conjugação | 3ª conjugação | Des. temporal | Desinência pessoal |
1ª/2ª e 3ª conj. | ||||
CANTAR | VENDER | PARTIR | ||
cantaRA | vendeRA | partiRA | RA | Ø |
cantaRAS | vendeRAS | partiRAS | RA | S |
cantaRA | vendeRA | partiRA | RA | Ø |
cantáRAMOS | vendêRAMOS | partíRAMOS | RA | MOS |
cantáREIS | vendêREIS | partíREIS | RE | IS |
cantaRAM | vendeRAM | partiRAM | RA | M |
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.
Outros gramáticos afirmam que este tempo origina-se da terceira pessoa do pretérito perfeito (cantaram/venderam/partiram) mediante a supressão do -ram final e acréscimo da desinência modo-temporal -SSE e da desinência de número e pessoa.
Ou simplesmente:
tema +{ -sse, -sses, -sse, -ssemos, -sseis, -ssem (1ª, 2ª e 3ª conj.)
Observe o quadro:
1ª conjugação | 2ª conjugação | 3ª conjugação | Des. temporal | Desinência pessoal |
1ª /2ª e 3ª conj. | ||||
CANTAR | VENDER | PARTIR | ||
cantaSSE | vendeSSE | partiSSE | SSE | Ø |
cantaSSES | vendeSSES | partiSSES | SSE | S |
cantaSSE | vendeSSE | partiSSE | SSE | Ø |
cantáSSEMOS | vendêSSEMOS | partíSSEMOS | SSE | MOS |
cantáSSEIS | vendêSSEIS | partíSSEIS | SSE | IS |
cantaSSEM | vendeSSEM | partiSSEM | SSE | M |
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.
Outros gramáticos afirmam que este tempo origina-se da terceira pessoa do pretérito perfeito (cantaram/venderam/partiram) mediante a supressão do -am final e acréscimo da desinência de número e pessoa.
Ou simplesmente: tema + { -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem (1ª, 2ª e 3ª conj.) |
Observe o quadro:
1ª conjugação | 2ª conjugação | 3ª conjugação | Des. temporal | Desinência pessoal |
1ª /2ª e 3ª conj. | ||||
CANTAR | VENDER | PARTIR | ||
cantaR | vendeR | partiR | Ø | |
cantaRES | vendeRES | partiRES | R | ES |
cantaR | vendeR | partiR | R | Ø |
cantaRMOS | vendeRMOS | partiRMOS | R | MOS |
cantaRDES | vendeRDES | partiRDES | R | DES |
cantaREM | VendeREM | PartiREM | R | EM |
Atenção:
Sempre que tivermos dúvidas sobre a conjugação do futuro do subjuntivo, bastar-nos-á verificar a 3ª p. p. do pretérito perfeito. Se formos confrontar o futuro do subjuntivo com o infinitivo pessoal, notaremos haver igualdade de forma para muitos verbos regulares, o que não ocorre com verbos irregulares. O verbo fazer, por exemplo, conjuga-se no infinitivo pessoal: fazer, fazeres, fazer, fazermos, fazerdes, fazerem; mas no futuro do subjuntivo veremos as formas: quando eu fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem, pois este tempo se origina da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.
Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal
Futuro do Presente do Indicativo
Infinitivo Impessoal + { -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão (1ª,2ª e 3ª conj.) }
Veja:
1ª conjugação | 2ª conjugação | 3ª conjugação |
CANTAR | VENDER | PARTIR |
cantar ei | vender ei | partir ei |
cantar ás | vender ás | partir ás |
cantar á | vender á | partir á |
cantar emos | vender emos | partir emos |
cantar eis | vender eis | partir eis |
cantar ão | vender ão | partir ão |
Futuro do Pretérito do Indicativo
Infinitivo Impessoal + { -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, -iam (1ª, 2ª e 3ª conj.)
Veja:
1ª conjugação | 2ª conjugação | 3ª conjugação |
CANTAR | VENDER | PARTIR |
cantarIA | venderIA | partirIA |
cantarIAS | venderIAS | partirIAS |
cantarIA | venderIA | partirIA |
cantarÍAMOS | venderÍAMOS | partirÍAMOS |
cantarÍEIS | venderÍEIS | partirÍEIS |
cantarIAM | venderIAM | partirIAM |
Infinitivo Pessoal
Infinitivo Impessoal + { -es (2ª pessoa do singular), -mos (1ª pessoa do plural), -des (2ª pessoa do plural), -em ( 3ª pessoa do plural) (1ª, 2ª e 3ª conj.)
Veja:
1ª conjugação | 2ª conjugação | 3ª conjugação |
CANTAR | VENDER | PARTIR |
cantar | vender | partir |
cantarES | venderES | partirES |
cantar | vender | partir |
cantarMOS | venderMOS | partirMOS |
cantarDES | venderDES | partirDES |
cantarEM | venderEM | partirEM |
Tempos Compostos
São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo no particípio. São eles:
1) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente. Por exemplo:
Eu tenho estudado demais ultimamente.
2) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido. Por exemplo:
Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.
3) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo simples. Por exemplo:
Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.
4) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples. Por exemplo:
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.
Obs.: perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase Se eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido.
5) Futuro do Presente Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do Indicativo e o principal no particípio, indicando um fato futuro que estará terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo:
Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.
6) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o principal no particípio, indicando uma ação que poderia ter acontecido posteriormente a uma situação passada. Por exemplo:
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.
7) Futuro Composto do Subjuntivo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio, indicando uma ação futura que estará terminada antes de outra ação futura. Por exemplo:
Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.
Veja os exemplos:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.
Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.
Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já". Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir:
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.
8) Infinitivo Pessoal Composto:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o principal no particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala. Por exemplo:
Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.
Não há tempo composto relativo ao presente nem ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar o pretérito perfeito e mais-que-perfeito compostos. Também não há tempo composto relativo ao imperativo nem ao particípio.
Locuções Verbais
Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locuções verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo.
São conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. Observe os exemplos:
Estou lendo o jornal.
Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.
Ninguém poderá sair antes do término da sessão.
A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir por meio delas os mais variados matizes de significado. Ser (estar, em algumas construções) é usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a potencialidade ou a necessidade de que determinado processo se realize ou não. Veja:
Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.
Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.
Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo. Por exemplo:
Quero ver você hoje.
Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se a, ir, vir e estar, todos ligados à noção de aspecto verbal.
Aspecto Verbal
No que se refere ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, é possível perceber diferenças entre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. A diferença entre esses tempos é uma diferença de aspecto, pois está ligada à duração do processo verbal. Observe:
- Quando o vi, cumprimentei-o.
O aspecto é perfeito, pois o processo está concluído.
- Quando o via cumprimentava-o.
O aspecto é imperfeito, pois o processo não tem limites claros, prolongando-se por período impreciso de tempo.
O presente do indicativo e o presente do subjuntivo apresentam aspecto imperfeito, pois não impõem precisos ao processo verbal:
- Faço isso sempre.
- É provável que ele faça isso sempre.
Já o pretérito mais-que-perfeito, como o próprio nome indica, apresenta aspecto perfeito em suas várias formas do indicativo e do subjuntivo, pois traduz processos já concluídos:
- Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que ele fincara (ou havia fincado) dois dias antes.
- Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer o exame.
Outra informação aspectual que a oposição entre o perfeito e imperfeito pode fornecer diz respeito à localização do processo no tempo. Os tempos perfeitos podem ser usados para exprimir processos localizados num ponto preciso do tempo:
- No momento em que o vi, acenei-lhe.
- Tinha-o cumprimentado logo que o vira.
Já os tempos imperfeitos podem indicar processos frequentes e repetidos:
- Sempre que saía, trancava todas as portas.
O aspecto permite a indicação de outros detalhes relacionados com a duração do processo verbal. Veja:
- Tenho encontrado problemas em meu trabalho.
Esse tempo, conhecido como pretérito perfeito composto do indicativo, indica um processo repetido ou frequente, que se prolonga até o presente.
- Estou almoçando.
A forma composta pelo auxiliar estar seguido do gerúndio do verbo principal indica um processo que se prolonga. É largamente empregada na linguagem cotidiana, não só no presente, mas também em outros tempos (estava almoçando, estive almoçando, estarei almoçando, etc.).
Obs.: em Portugal, costuma-se utilizar o infinitivo precedido da preposição a em lugar do gerúndio.
Por exemplo: Estou a almoçar.
|
- Tudo estará resolvido quando ele chegar. Tudo estaria resolvido quando ele chegasse.
As formas compostas: estará resolvido e estaria resolvido, conhecidas como futuro do presente e futuro do pretérito compostos do indicativo, exprimem processo concluído - é a ideia do aspecto perfeito - ao qual se acrescenta a noção de que os efeitos produzidos permanecem, uma vez realizada a ação.
- Os animais noturnos terminaram de se recolher mal começou a raiar o dia.
Nas duas locuções destacadas, mais duas noções ligadas ao aspecto verbal: a indicação do término e do início do processo verbal.
- Eles vinham chegando à proporção que nós íamos saindo.
As locuções formadas com os auxiliares vir e ir exprimem processos que se prolongam.
- Ele voltou a trabalhar depois de deixar de sonhar projetos irrealizáveis.
As locuções destacadas exprimem o início de um processo interrompido e a interrupção de outro, respectivamente.
A flexão quanto ao aspecto está associada diretamente ao sentido expresso pelo verbo, caracterizando o momento em que a ação é apresentada (início, meio ou fim).
Aumentativo - há ideia de aumento
Diminutivo - há noção de diminuição
Frequentativo ou iterativo - indica repetição frequente do processo
Incoativo ou inceptivo - indica início de ação ou processo
Conclusivo ou cessativo - indica término de ação ou processo
Imitativo ou onomatopaico - indica ação própria dos nomes de que derivam
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